Confesso que quando
a Ana me convidou para escrever no Bolas de Meia eu surtei por dentro, afinal,
adoro o blog dela! Mesmo nunca tendo escrito no blog de outra pessoa, somente
no meu, me senti bem confiante, pois o assunto do post é sobre algo que entendo
muito, muitíssimo: morar sozinha.
Olá! Eu sou a Ju,
sou dona do blog FuckYeahBloggers e nas horas vagas rommie da Ana, heheh.
Faz quase cinco anos
que eu estou morando em São Paulo. Gostaria de poder virar e falar que uma hora
a saudade de casa se estabiliza e dá até pra esquecer dela, mas não dá.
Credo, esse
parágrafo ficou meio pessimista, não é?! Mas vou explicar melhor, porque é uma
saudade boa e saudável.
Ao contrário do que
acontece com muitas pessoas, nos meus primeiros anos fora das “asas dos meus
pais” tudo correu muito bem, eu praticamente não voltava para casa, claro que a
saudade sempre aparecia, mas eu esperava aumentar mais um pouquinho pra voltar,
só nunca pensei que apertaria tanto como agora, cinco anos depois.
Em momento algum eu
me arrependo de ter saído da minha cidade (que no caso é Jales, interior de
SP), jamais! Sonho é uma das poucas coisas que conseguem anular sentimentos
como o medo e algo que descobri mais tarde: a saudade.
Meu amor por São Paulo só cresce!
Saí de Jales com 17
anos, fui morar em São Paulo e passei dois anos vivendo com o meu irmão (um
grande de um alívio), depois me aventurei nas repúblicas da vida. Mas dei
sorte! Estou no mesmo lugar até agora, no caso, o apartamento que vivo com a
Ana.
Morar sozinha é um
passo na vida que ao meu ver é um tanto quanto complicado. É meio que aquele
momento que você decide: sim, preciso criar responsabilidades. Claro que seus
pais, na maioria das vezes vão ajudar nas despesas e tudo mais, só que e o
resto?! E a roupa passada? Os abraços nas horas difíceis? A falta de mimo
naquela gripe horrível que surgiu no meio da semana? Pois é, lá vamos nós para
os altos e baixos de morar sozinho.
Tudo tem seu lado
bom e seu lado ruim, durante esses quase cinco anos já aprendi muita coisa,
agora eu sei fazer uma comida melhor, sei como lavar minhas roupas, como sarar
de uma doença chata, pagar contas e até dar informação para estranhos, rs.
Morar sozinha é uma experiência única, é redescobrir suas qualidades e
defeitos, aprender a lidar com suas fraquezas e comemorar os pequenos passos
que você caminhou – sozinho.
Decidir sair da casa
dos pais não é algo fácil e eu admiro muito quem consegue, se a maioria dos
filhotes de animais só saem de perto por livre e espontânea pressão, imagina
nós humanos que o que os pais mais querem é que os filhos fiquem bem protegidos
em casa? Pois é!
Estou horrível, mas meus pais definitivamente salvaram a foto,
rs
Mas essa tal
profissão da vida chamada seguidor de sonhos não é moleza. Se por um lado morar
sozinho te traz mais liberdade, aprendizados e independência; a solidão vem
numa mescla de saudade e ansiedade.
Minha cidade fica há mais ou menos 8
horas de viagem de São Paulo, sendo assim, eu acabo visitando a minha terrinha
só nos feriados e por esse motivo a barrinha da saudade chega a níveis
extremos. E se vocês acham que a rotina corrida da capital ajuda, que nada.
Eu vejo meus pais em
todos os lugares. Já senti o mesmo cheirinho do meu pai (porque sim, todas as
pessoas têm um cheirinho que não é o de perfume) dentro do ônibus e fiquei
imaginando como seria bom se ele estivesse ali, já vi minha mãe em milhares de
mulheres que passam por mim com um sorriso amável e desejam bom dia, ou na moça
do barzinho do lado de casa que é sempre tão atenciosa. Não sei nem dizer
quantas vezes me peguei experimentando roupas que minha mãe adoraria que eu
usasse ou sentei em cadeiras confortáveis de lojas por lembrarem a da minha
casa. Quando a saudade aperta você faz coisas inimagináveis.
Mas ir para a casa é
como reviver minha adolescência só que de uma forma muito melhor, porque agora
eu aproveito todos os segundos possíveis que tenho ao lado dos meus pais, coisa
que eu não fazia antes. No fim de todo feriado eu entro naquele velho ônibus
que me leva em busca dos meus sonhos. Sinto que o aperto do abraço que recebo
dos meus pais é tão forte quanto o que levamos dentro do peito, mas quando
nossos olhares se cruzam e eu vejo o orgulho que eles têm de mim, sei que fiz a
escolha certa.
Meu longo caminho de 8
horas
Se eu pudesse
resumir a experiência de morar sozinha, eu diria que é como esta frase: “é bom
abrir asas e voar!”.
Tem alguém por aqui pronto pra alçar
voo? =)
E caso você precise
de um estímulo, lá vai! Se eu não tivesse saído de casa, nada disso teria me
acontecido:
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