Saudações, leitores do Bolas de
Meia! Eu sou Lucas Cabrero do blog Junta 7 e estou a pedidos da Ana para falar
sobre um tema que eu gosto muito e, sem duvida, não sou o único: cinema! Afinal,
quem não gosta de se afundar nas cobertas nesse inverno e curtir um bom filme?
Por mais descompromissado que ele possa parecer, o cinema nunca perdeu a
oportunidade de usar o roteiro, a fotografia e sua trilha sonora para abordar
temas do cotidiano e proporcionar uma reflexão acerca da sociedade e sobre
nossa própria vida.
Sem mais delongas, vamos à seleção
de filmes para pensar na vida, no universo e tudo mais (os filmes estão por
ordem de lançamento):
- Curtindo a Vida Adoidado (1986)
Esse clássico da Sessão da Tarde
quase passou despercebido na minha lista exatamente por ter sido reprisado à
exaustão pela Globo (e em praticamente todos os canais de TV por assinatura).
No filme, Ferris Bueller (Matthew Broderick) finge estar doente para faltar a
aula e curtir um dia na cidade grande ao lado do seu melhor amigo (Alan Ruck) e
sua namorada (Mia Sara) antes que as férias de verão (e as responsabilidades da
vida adulta)acabem com a amizade dos três.
A mensagem do filme e o porquê
dele fazer parte dessa lista fica bem explicita quando Ferris solta a clássica
frase: "A vida passa muito rápido, se você não parar e olhar em volta você
vai acabar perdendo." Por mais que o filme seja da década de oitenta,
ainda vale a pena pensar sobre as amarras que nos impedem de fazer do que nos
queremos fazer. Curtindo a Vida Adoidado, por mais batido que a Sessão da tarde
o tenha deixado, mostra como é importante chutar o balde (ou o pau da barraca,
ou o cachorro louco, escolha um) de vez em quando. Saia com seus amigos, realize
feitos espontâneos para ter o que contar aos netos, não tenha medo de invadir
um desfile de rua e cantar "Twist and Shout", até porque a vida fica
bem melhor se tiver um numero musical no meio ;)
- Pequena Miss Sunshine (2006)
Integrante cativo da minha lista
de melhores filmes. Pequena Miss Sunshine conta a história de Olive (Abigail
Breslin), que parte junto com sua família nem um pouco convencional (que inclui
um adolescente emburrado, um avô drogado, um tio suicida, uma mãe a beira de um
ataque de nervos e um pai com dificuldade em alcançar sucesso profissional)
rumo a um concurso de beleza infantil. Na estrada, as diferenças entre os
integrantes da família são discutidas e postas a prova.
É difícil eu comentar sobre esse
filme sem destilar milhões de palavras de puro amor por Pequena Miss Sunshine.
Além de um filme perfeito na questão de fotografia, atuação e trilha sonora
(DeVotchKa <3), Pequena Miss Sunshine é uma lição sobre como aceitar suas
diferenças. Olive foge dos padrões de beleza e nem por isso é um impedimento a
buscar seus objetivos, isso sem falar da história do tio da menina (Steve
Carrell), homossexual e suicida. Em um mundo cada vez mais cheio de ativismos,
textões no Facebook defendendo ou não minorias, Pequena Miss Sunshine traz uma
mensagem pra levar para vida sobre como as diferenças nos complementam muitas
vezes e deixam de ser um obstáculo quando descobrimos como é a vida da pessoa
que está do seu lado. Hoje em dia falta entender que antes da menina gordinha,
do gay quarentão ou do adolescente emburrado existe uma pessoa com sonhos,
objetivos e sentimentos.
- Tão Forte Tão Perto
Todos os filmes dessa lista eu já
vi mais de uma vez (Pequena Miss Sunshine eu vejo praticamente todo mês),
exceto Tão Forte Tão Perto, que peguei pra assistir zapeando os canais da vida.
No filme, o pequeno Oskar (Thomas Horn) perde o pai (Tom Hanks) nos ataques
terroristas de 11 de Setembro. Anos depois, ele ainda sente a falta do pai, que
o ajudava a interagir socialmente inventando jogos de exploração. Quando o
menino encontra uma chave nos pertences do pai, ele parte numa busca para
encontrar a fechadura certa e, quem sabe, poder viver mais alguns minutos na
presença do pai antes que ele supere essa perda.
É fortemente recomendado ver esse
filme com lenços ao lado. A história é tocante e se você, assim como eu, tem a
lembrança do 11/09 ainda marcada na memoria, acompanhar uma história que mostra
de perto a vida de quem perdeu alguém nos atentados é certeza de momentos
emocionantes. O que eu acho mais interessante no filme é que ele corrobora uma
coisa que eu sempre falo: exercemos uma influencia poderosa na vida das
pessoas. A jornada de Oskar tocou a vida de muitas pessoas que simpatizaram com
a história dele, em parte porque o 11/09 tocou muitos. O filme deixa pergunta:
de que forma nossas buscas, objetivos e sonhos afetam a vida das pessoas
próximas a nós? Até que ponto isso pode nos prejudicar e impedir de nos
conectar com o próximo?
- 50% (2006)
O último filme da lista é uma
descoberta recente, 50% conta a história de Adam (Joseph Gordon-Levitt), um
jovem que descobre ter câncer. Ao perceber que as chances de cura são de exatos
50%, Adam tenta viver cada dia como se fosse o último ao lado do seu melhor
amigo (Seth Rogen).
A maior lição que dá pra tirar
desse filme é que, primeiro, ele é sensacional. Segundo, é uma lição tremenda
sobre amizades e como amigos são importantes em momentos difíceis. Isso sem
falar que 50% trata do câncer com uma sensibilidade difícil de ver no cinema ou
na TV, fugindo dos clichês do gênero graças ao carisma de Joseph Gordon-Levitt
e Seth Rogen. Num filme que trata sobre como a vida passa rápido, seria muito
fácil ficar deprimido com ele. Mas o roteiro trabalha tanto na sutileza, sem
exagerar demais na dose de drama, comédia e romance.
Menções honrosas: As séries The
Big C (2010-2013), My Mad Fat Diary (2013-2015) e a músicas “I’ll Go Crazy If I
Don’t go Crazy Tonight” do U2, que é simplesmente a musica da minha vida.
E termina aqui minha participação
no Bolas de Meia! Mais uma vez obrigado Ana, sua linda, pelo convite! Me sigam
no twitter (@lucas_lmc), Instagram (lucasmcabrero) e no Snapchat (lucascabrero)
para mais sobre cinema, TV, a vida, o universo e tudo mais!
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